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Entrevista com Valéria Martins: perguntas e respostas sobre o agenciamento de autores

Valéria Martins é jornalista, escritora e agente literária. Está há 14 anos à frente da agência Oasys Cultural.

Agente literário; Agente literária; escrita criativa;
Foto por: Viviane Nascimento

Embora ainda não seja muito comum no Brasil, a profissão de agente literário pode ser muito relevante em alguns casos.


O agente literário é a pessoa responsável por representar o autor e buscar a casa editorial que melhor se encaixe na proposta da obra.


É o agente literário, por exemplo, que vai em busca das editoras e que cuida da parte burocrática que envolve a publicação.


Esse profissional também ajuda e orienta nas melhores decisões que podem ser tomadas pelos autores.


Sem um agente, o escritor pode ficar ainda mais atarefado deixando, muitas vezes, o seu trabalho primordial de lado: a escrita.


Para você ter uma ideia, a maior parte das grandes editoras só recebem originais se forem através da indicação de agentes literários.


Com isso, entende-se o quanto eles são relevantes para o mercado editorial, levando benefícios tanto para autores quanto para editoras.


Atuam como uma espécie de filtro selecionando os autores cujo as obras estejam prontas para serem publicadas.


E quando o assunto é agenciamento de autores, Valéria Martins sabe bem o que dizer.


Além de ter trabalhado em grandes grupos editoriais – como a Editora Record, por exemplo – ela vem agenciando autores desde 2008, quando fundou a agência Oasys Cultural.


Sua agência oferece muitos serviços que podem auxiliar escritoras e escritores em suas jornadas.


Veja a entrevista completa que fizemos com ela. Lembrando que as perguntas foram feitas por nossa equipe e pelas adoráveis almas que nos acompanham nas mídias sociais!


Boa leitura! ;)


Entrevista completa com Valéria Martins

1. Valéria, você está há 14 anos à frente da agência Oasys Cultural. Já agenciou autores premiados, populares e iniciantes. O seu trabalho é muito reconhecido e respeitado no mercado editorial brasileiro. Você poderia nos contar um pouquinho sobre o início dessa longa e sólida carreira? Como você começou etc…


Comecei escolhendo a faculdade de jornalismo porque queria me manter escrevendo. Esse era o plano: viver de escrita. Consegui. Trabalhei nas revistas da Editora Bloch – Mulher de Hoje e Ele & Ela –, nas revistas da Editora Globo – Marie Claire, Criativa, Crescer –, e também para os jornais Valor Econômico e O Dia, revistas Caras, Quem e Playboy.


Mais sobre a minha trajetória aqui - https://www.youtube.com/@OasysCultural (inscrevam-se no canal, pliz)


Em 2004 decidi que era hora de tentar trabalhar com o que eu mais gostava: livros. Consegui: trabalhei nas editoras Elsevier, uma multinacional de livros, e Editora Record, a maior casa editorial brasileira ainda 100% brasileira. Sempre no departamento de Marketing.


Em 2008, por uma série de motivos pessoais, resolvi dar um salto no vazio e me tornar mulher empreendedora.


Abri minha agência e demorou 5 anos até que começasse a se pagar, e dar lucro. Digo isso para eliminar a impressão de que foi fácil. Nada é fácil. Requer doses de coragem, persistência, resiliência e, porque não dizer, fé.


2. Para você, qual é o maior erro que os escritores/autores cometem ao contatar uma agente literária?


Achar que seu livro está pronto para ser publicado e que tem possibilidade de ser um “Paulo Coelho”.


3. A.P Oliver (@apoliver.escritor): dizem que ter um agente literário é um investimento muito alto e não compensatório para autor iniciante…


Não compensa para nenhum dos lados: o autor ganha 10% do preço de capa de um livro. O agente ganha 10% dos 10% do autor.


Como livros de autores iniciantes vendem pouquíssimo, não é bom negócio para nenhuma das partes.


Costumo dizer que, no Brasil, ninguém é escritor pelo dinheiro, mas pela realização. Isso não tem preço. É o desejo do seu coração? Vá atrás.


4. Quais são as vantagens de se contratar uma agente literária?


Ter orientação sobre como funciona o mercado editorial e como se mover dentro dele de forma assertiva a fim de atingir seus objetivos.


O objetivo maior de um escritor ou escritora é ser lido. Por quantas pessoas – isso é outra história.


5. Thay DeLavey (@thaymorteamorrock_): como abranger o vocabulário para uma boa escrita?


Todo escritor precisa ser antes um bom leitor. É impossível ser bom escritor sem ser antes bom leitor.


É preciso mesclar clássicos da literatura brasileira com contemporâneos. Informar-se sobre os lançamentos de bons livros de autores da literatura brasileira contemporânea.


Ler, ler, ler, sem parar, emendar um livro em outro, refletir, observar como escrevem, o que fazem. Deixar as traduções de livros estrangeiros para um segundo momento.


6. Jaíne Jehniffer (@jainejehniffer): quais são os critérios de um agente para selecionar um autor e quanto custa aproximadamente um serviço de agenciamento?


Critérios: precisa dominar a língua portuguesa, ter uma história original a contar e contá-la de maneira que a gente comece a ler e não queira parar até o ponto final do livro.


Isso é difícil pacas. Como se remunera, já foi respondido antes.


7. Qual o melhor conselho que você poderia deixar para quem sonha em viver de escrita literária?


Deixe esse sonho de lado e trabalhe duro para se tornar um bom escritor ou escritora. Ninguém vive da venda de livros no Brasil, salvo raras exceções.


Nunca pense nisso. Dedique-se, sim, a ser bom leitor e praticar a escrita. Fazer oficinas literárias ajuda muito.


Após o isolamento, todas estão com aulas online. Eleger uma boa oficina literária cujo professor(a) seja escritor ou escritora reconhecido e premiado no meio literário brasileiro – esse é um bom caminho.


Estudar, se aplicar, querer melhorar sempre. É parecido com qualquer outra profissão, mas é totalmente diferente.


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Entrevista realizada em 22/11/2022

 

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