Em entrevista exclusiva, Cândido Luís Vasques fala sobre a Casa Brasileira de Livros e sobre o Prêmio Internacional Pena de Ouro, que distribuirá a quantia de R$40 mil entre os autores selecionados.
A Casa Brasileira de Livros é uma editora situada no município de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.
Foi fundada em 2021, e já publicou autores como Carlos Nejar, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e também indicado ao Nobel de Literatura em 2017, assim como também já publicou o escritor cabo-verdiano Arménio Vieira, vencedor do Prêmio Camões, edição 2009.
Além de seu trabalho com a publicação de livros, a Casa Brasileira de Livros também organiza prêmios e concursos literários, como é o caso do prêmio Microconto de Ouro e o Prêmio Internacional Pena de Ouro, que está com as inscrições abertas até o próximo dia 13 de agosto de 2023.
Veja a entrevista na íntegra!
Entrevista com Cândido Luís Vasques (Casa Brasileira de Livros)
1. Como e quando surgiu a Casa Brasileira de Livros?
A Casa Brasileira de Livros é uma ideia já muito antiga; trata-se de um sonho que sempre tive, o sonho de ter uma "casa de livros", um espaço, um tanto genérico (como se vê pelo nome, pois muita coisa se encaixa em uma "casa de livros"), em que pudesse trabalhar com livros, com as letras, com a literatura, congregando os mais diferentes projetos em um só lugar.
Então, após realizarmos o Pena de Ouro durante a pandemia, em 2020, a Casa abriu as portas, no início de 2021.
Graças a Deus, temos tido sucesso em todas as nossas empreitadas, e logo no primeiro ano já publicamos grandes nomes, do Brasil e do exterior, como Carlos Nejar, imortal da ABL, indicado ao Nobel, e Arménio Vieira, primeiro cabo-verdiano a vencer o Prêmio Camões.
O livro do Nejar ficou em segundo lugar no Prêmio da Biblioteca Nacional; e o do Arménio foi semifinalista no Prêmio Oceanos. Nada mal!
2. Quais são os prêmios e concursos literários promovidos por vocês?
Até o momento, temos dois prêmios anuais: o Prêmio MicroConto de Ouro, que, como o nome diz, é para microcontos; e o Prémio Internacional Pena de Ouro, que é para contos e poemas.
Já realizamos também a antologia 1001 Poetas, que não é bem um prêmio literário. E temos outras ideias que talvez se concretizem em breve.
3. O que vocês costumam avaliar nos textos recebidos?
Bom, esta pergunta pode ter várias respostas, dependendo do contexto de "textos recebidos".
Se for no contexto dos originais que recebemos, avaliamos dois aspectos. Primeiro, o potencial comercial do livro; se ele pode trazer retorno financeiro sobre o investimento. E, segundo, o valor literário; se o livro tem valor literário, se ele merece ser publicado ainda que não traga retorno financeiro.
O ideal, é claro, é que o livro seja bem avaliado nos dois aspectos. Se for no contexto dos textos que recebemos em nossos eventos (Pena de Ouro, MicroConto de Ouro, 1001 Poetas), o que levamos em conta é apenas o valor literário, coisa que, admitimos, pode ser um tanto quanto subjetiva.
É por isso (e para isso) que existem profissionais do livro, da literatura, como críticos e editores.
É por isso também que, no caso do Pena de Ouro, gostamos muito da fase dos finalistas, em que vários jurados das mais variadas realidades sociais, nacionais, culturais e o mais que se possa imaginar, avaliam os textos, contribuindo cada qual com a sua perspectiva que enriquece a avaliação e a torna consistente.
Evidentemente, a avaliação do Pena de Ouro e do MicroConto de Ouro é muito mais rígida do que a de uma antologia como a 1001 Poetas, pois há muito menos "vagas", digamos assim; há poucos textos que podemos destacar, que podemos incluir entre os selecionados.
4. Qual o melhor conselho para os autores que ainda vão se inscrever no Prêmio Internacional Pena de Ouro?
O conselho pode parecer um pouco clichê, ou até piegas, mas é a realidade: siga o seu coração.
Não fique pensando no que os avaliadores vão achar, não tente agradar a banca.
Escreva conforme a sua verdade, conforme aquilo que arde em você. Somente assim os "deuses" dos concursos literários vão lhe recompensar.
Pois, sejamos sinceros, é claro que é necessário ter talento para vencer um concurso literário, mas também é necessário ter um pouco de sorte. Ou, melhor, é necessário "ter estrela", é necessário acreditar.
Entende o que eu quero dizer? E o universo recompensa aqueles que são fiéis à sua verdade, ao seu propósito.
Então não fabrique um texto artificial, tentando agradar a todos; mas seja fiel a você mesmo, ao seu coração.
Basta ler os textos vencedores para se perceber que não há um padrão, uma tendência. Cada um é verdadeiro à sua maneira.
5. Quando abrirá as inscrições para o próximo prêmio promovido por vocês?
Ainda não temos previsão. Porém, como estamos ficando conhecidos por esses eventos literários que realizamos, não queremos decepcionar o nosso público que tanto nos faz feliz nos acompanhando, e pensamos em não deixar o calendário com nenhum espaço em branco.
Por isso, adianto, em primeira mão, o que estamos "tramando" ainda para este ano: ou uma nova seleção para antologia, estilo 1001 Poetas (não tão extensa); ou algum prêmio em nível nacional, estilo Pena de Ouro, mas com uma taxa de inscrição mais acessível, em que haja também o gênero crônica.
Aliás, se alguém que estiver lendo esta entrevista quiser nos escrever para dizer a sua opinião sobre os nossos eventos e sobre qual seria um evento interessante, fique à vontade, gostaríamos muito de receber o seu feedback.
Já o Pena de Ouro e o MicroConto de Ouro só abrirão novamente no ano que vem.
Pretendemos fazer o MicroConto mais cedo, no primeiro semestre. E o Pena de Ouro provavelmente será no segundo semestre.
6. Considerações finais?
Acho que as minhas considerações finais são apenas "agradecimentos" finais. Gostaria de agradecer a todo o público que prestigia a nossa Casa.
É muito gratificante perceber que já estamos com 8 mil seguidores no Instagram, uma extensa lista de e-mails e mais 3,5 mil curtidas no Facebook.
É claro que queremos ir mais longe, mas depois que se começa do zero, com um frio na barriga, olhar para o que já somos hoje é muito, muito gratificante!
Tudo que fizemos até aqui foi um sucesso total para o nosso público, por isso nem tenho palavras para agradecer.
Também agradeço imensamente à Equipe Livros Para Sempre por nos entrevistar, é uma grande honra.
E gostaria de dizer que continuem nos acompanhando, pois estamos recém começando, e há muita coisa interessante para realizar. Quem viver, verá!
Entrevista realizada entre 06/08/23 e 09/08/23*
Fontes adicionais: Agência Brasil e Fundação Biblioteca Nacional
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