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Cuidados Necessários ao Participar de Prêmios e Concursos Literários

Aprenda os principais detalhes que poderão aumentar as suas chances ao submeter os seus textos.

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Se você é daqueles que sonha em ver seu nome estampado numa lombada de livro ou presente numa lista de vencedores de concursos literários... calma aí. Antes de sair enviando seu conto, crônica ou poesia para todo edital que aparece no Alerta Literário, é bom bater um papo sério sobre os cuidados que você precisa ter ao entrar nesse universo.


Participar de prêmios e concursos literários pode, sim, ser um passo transformador no seu caminho como autor ou autora. Mas também pode virar uma grande frustração se você não souber onde está pisando. Então bora conversar sobre os bastidores dessa história?


1. É preciso ler o edital com atenção


Parece óbvio, mas não é. Tem muita gente que lê o título do concurso literário, dá uma passada de olho nas datas e já sai mandando o material. Aí o resultado: desclassificação por bobeira.


Cada concurso ou prêmio literário tem suas próprias regras. Pode ser que aceitem só textos inéditos, ou que o tema seja superespecífico. Às vezes pedem pseudônimo, outras vezes o texto precisa estar em fonte Times New Roman 12, espaçamento 1,5, com margens de 2,5 cm. Um vacilo aqui e pronto: sua obra nem vai ser lida.


Dica importante: imprima o edital ou abre em uma aba separada e vá ticando item por item enquanto prepara a inscrição. Como se fosse receita de bolo.


2. Atenção ao prazo!


Você pode ter escrito o melhor poema desde Drummond, mas se mandar fora do prazo, pode esquecer. Todo concurso literário tem uma data-limite para inscrição, e muitos não aceitam nem se chegar com um minuto de atraso.


No caso de premiações literárias em que a inscrição é no modelo digital (maioria), muitas vezes será verificado a data e horário do envio da inscrição pelo formulário ou e-mail.


Já nos modelos físicos, alguns até pedem que o material seja postado no correio até certa data (e sim, o carimbo do correio será levado a sério).


Evite problemas: programe-se para enviar sua obra algumas semanas antes do fim do prazo. Não deixe para a última hora, a internet pode cair, o site pode dar pau ou, pior, você pode esquecer.


3. Texto inédito ou publicado? Qual é a exigência?


Tem concurso literário que só aceita obras inéditas. Outros aceitam apenas textos já publicados, desde que não tenham ganhado outros prêmios. E tem aqueles mais abertos, que não ligam pra isso.


Por isso, de novo: leia o edital. Se o seu conto já foi postado no Wattpad, no seu Instagram, no blog da sua prima ou até numa antologia independente, talvez ele não seja mais considerado inédito. E isso pode te desclassificar.


Por isso é importante ler com atenção o regulamento para entender o que a organização do prêmio está pedindo e o que eles entendem por inédito ou publicado, pois pode variar um pouco dependendo da oportunidade.


"E quando o edital não deixa claro?" Quando o regulamento não deixa claro, geralmente é por dois motivos: ou recebem tanto textos inéditos quanto publicados ou esqueceram de colocar essa informação no regulamento.


Neste caso, você pode dar uma olhada no histórico da premiação literária ou entrar em contato com a organização do prêmio. Você pode também, como membro do Alerta Literário, entrar em contato com o nosso suporte. Sempre terá alguém pronto para te ajudar.


Pulo do gato: crie um controle pessoal. Uma planilha simples, onde você coloca o título do texto, onde já publicou e para quais concursos mandou. Isso ajuda demais. Para alguns planos do Alerta Literário, nós disponibilizamos uma planilha de organização pessoal gratuitamente.


Mas caso o seu plano não tenha acesso a esse benefício, não se preocupe, você mesmo pode fazer uma tabela de forma bem simples, usando o Google Planilhas, por exemplo.


4. Cuidado com concursos caça-níquel


Infelizmente, nem todo concurso literário é bem-intencionado. Tem editais por aí que prometem mundos e fundos, mas na real só querem seu dinheiro. Cobram taxa de inscrição alta, colocam um prêmio simbólico, e no final... todo mundo é “selecionado” pra uma antologia paga.


Publicar num livro coletivo pode ser legal, mas se o concurso literário parece mais interessado em te vender exemplares do que em premiar talento, abra os olhos.


Como identificar a furada:


  • O edital deixa a desejar em relação as informações sobre quem está organizando (quem está fazendo um trabalho honesto e justo não tem motivos para se esconder);

  • Contradição de informações (ou seja, no começo do edital fala uma coisa, mas no final fala outra);

  • Excesso de reclamações de participantes anteriores.


Lembre-se: concurso literário sério é claro em relação a tudo (ou quase tudo), não tem muita informação truncada.


5. Taxa de inscrição: pagar ou não pagar?


Nem todo concurso literário gratuito é bom, nem todo concurso literário pago é cilada. Alguns editais com taxa de inscrição são organizados por instituições sérias e oferecem prêmios robustos. Outros não cobram nada e ainda dão prêmios em dinheiro, publicação e visibilidade.


O importante é avaliar o custo-benefício. Uma taxa de R$ 20 pode valer a pena se o prêmio for consistente. Agora, pagar R$ 150 pra concorrer a um “certificado de participação”... aí já complica.


Analise o combo:


  • Quem está organizando?

  • Qual o histórico desse prêmio?

  • Quem já ganhou antes?

  • Que tipo de retorno você terá?


6. Capriche na revisão


Nada pior do que ver um texto com baita potencial ser derrubado por erro de ortografia, concordância ou formatação. Os jurados têm pouco tempo, muita coisa para ler e, convenhamos, pouca paciência com texto mal cuidado.


Não confie só no corretor automático. Revise seu texto com atenção. Se puder, peça para outra pessoa ler também, às vezes a gente fica cego pros próprios erros. Por isso é importante pensar na possibilidade de contratar uma revisão profissional.


E outra coisa: cuidado com o excesso de firulas. Evite usar palavras difíceis só para parecer “intelectual”. O bom texto é aquele que diz muito com clareza, não o que confunde por vaidade.


7. Pseudônimo ou nome real: como funciona?


Alguns prêmios e concursos literários exigem que o texto seja assinado com pseudônimo, para garantir a imparcialidade do julgamento. Em outros, você pode assinar com seu nome mesmo.


Importante: se o edital pede pseudônimo, não vacila. Assinar com seu nome real ou colocar alguma dica que revele sua identidade pode te desclassificar.


Dica prática: escolha um pseudônimo simples, mas que não seja o mesmo que já usou em outros concursos. Às vezes os jurados participam de várias seleções e reconhecem apelidos repetidos.


8. Conheça o júri (quando possível)


Muitos editais divulgam quem são os jurados. E isso pode te ajudar a entender melhor o perfil do concurso literário.


Se o júri é formado por poetas experimentais, talvez seu soneto clássico não seja tão bem recebido. Se são autores mais ligados à prosa urbana contemporânea, talvez um conto de fantasia épica não tenha tanto apelo ali.


Não é pra mudar sua voz, ok? Mas é bom saber com quem você está conversando. Escrever é, no fim das contas, uma forma de diálogo.


9. Não leve o resultado para o lado pessoal


Você mandou, esperou, torceu... e nada. O resultado saiu e seu nome não apareceu. Dá vontade de desistir, né? Mas não faça isso.


Concursos literários são subjetivos. O que não agradou um júri pode encantar o outro. Tem muita coisa boa que não ganha — e muita coisa mediana que entra. Faz parte.


A dica aqui é simples: use cada “não” como impulso para melhorar. Releia o texto, mande para outro lugar, escreva um novo. Concursos são só uma parte da jornada. Não são a medida do seu valor como escritor.


10. Quando ganhar, aproveite com inteligência


Se seu texto foi selecionado ou premiado, parabéns! Agora use isso a seu favor. Divulgue nas suas redes (sem parecer arrogante):


  • Atualize sua carta de apresentação;

  • Inclua o feito na sua biografia;

  • Faça networking com outros selecionados;

  • Faça um release e envie para grandes sites e jornais;

  • Continue escrevendo!


E, por favor, não pare por aí. Vencer um concurso ou prêmio literário não é o ponto final, é só um bom capítulo da sua história.


Pra fechar: por que vale a pena, afinal?


Concursos literários te colocam em movimento. Eles te tiram da gaveta, te desafiam a escrever com foco, a revisar com mais carinho, a se expor. Mesmo que você não ganhe, o processo de participar já te faz crescer.


Além disso, te conectam com o mundo literário. Você começa a conhecer outros escritores, editoras, projetos, e aos poucos percebe: existe um lugar pra você nesse universo.


Então, participe. Com cuidado, com carinho, com consciência. Mas, acima de tudo, continue escrevendo. Porque, no fim das contas, é isso que te faz escritor.

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