Alexandre de Almeida

26 de nov de 20222 min

O leitor eclético

Foto: Ioann-Mark Kuznietsov/Unsplash

Em que momento da história da humanidade foi decidido que eu ou você poderíamos gostar de apenas um tipo de “coisa”? Música, cinema, arte, esporte, moda, comida e… literatura. Todos esses exemplos têm categorias, variações, níveis, nichos, gêneros.

Essa variedade cria, por si só, pessoas com interesse em apenas uma delas. Com os livros e o ato de ler não é diferente. Mas quem – ou o quê – é o leitor eclético?

A definição desse termo, “eclético”, é muito simples. E, ao contrário do que muita gente acredita, não quer dizer que você gosta de “tudo”.

No que diz respeito às inúmeras diferenças que existem dentro da literatura – e em outras áreas – esse adjetivo significa, principalmente, que você gosta de muitos gêneros, temas, formatos e classificações. Ou de mais de um tipo de livro.

A pressão que existe por gostar apenas de um gênero literário é um grande obstáculo. Esperam que você leia apenas romance ou apenas poesia ou apenas qualquer coisa. Às vezes, limitar-se a um gênero cria uma repulsa, uma necessidade de humilhação e até um enfraquecimento de outros.

Olhe um pouco para os tidos romances hot. Se não me apetece lê-los, não os lerei. Não parece simples? Mas certamente você já viu alguém falando que são pornografia ou que só mulheres leem aquilo ou que quem os lê não tem cultura.

Mas que cultura é essa em que só o fato de ler um livro te condena?

Afinal, quem lê fantasia não lê terror? Quem ama ficção científica não pode apreciar romances adolescentes de vez em quando? Existem diversas problemáticas e cobranças acerca de leitores, e a internet, onde se concentra boa parte deles, parece difundir esses preconceitos e pensamentos limitados e limitadores.

Uma das maiores vantagens de ser leitor eclético é conhecer a diversidade. Por mais que só transite entre dois gêneros literários, haverá, ali, diferenças claras. O que não apaga as vantagens de gostar, estudar e/ou consumir somente um gênero. Você está lendo.

Se a leitura é um ato democrático, por que impor certas barreiras? Felizmente, no Brasil, por mais difícil – financeiramente – que seja o acesso aos livros, há liberdade de escolha. Para comprar e ter em casa. Para pegar emprestado nas bibliotecas. Para trocar nos pontos de leitura. Para ler dentro de uma livraria.

Se posso explorar essa liberdade, vou explorar. As barreiras que se danem! Desmonta-se o clichê de “gosto não se discute” quando, hipocritamente, você julga o meu ou o de qualquer outra pessoa.

E isso vai muito além de literatura.


Artigo de opinião escrito por Alexandre de Almeida*


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