Jaíne Jehniffer

17 de dez de 20225 min

Escritora Nélida Piñon morre aos 85 anos

Atualizado: 21 de dez de 2022

Nélida Piñon, a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL), morre em Lisboa, aos 85 anos.

Via Grupo Editorial Record

A escritora Nélida Piñon morreu aos 85 anos, em Lisboa. A causa da sua morte ainda não foi divulgada.

Nélida Piñon ocupou a Cadeira de número 30 da Academia Brasileira de Letras, sendo a primeira mulher a presidir a entidade em 100 anos.

Além disso, ela foi a primeira mulher no mundo a presidir uma academia de letras.

Apesar da causa da morte ainda não ter sido divulgada, de acordo com Merval Pereira, atual presidente da ABL, 'Nélida teve problemas nas vias biliares, fez uma cirurgia de emergência, mas não resistiu'.

Segundo a ABL, o sepultamento será no mausoléu da entidade, que fará uma Sessão da Saudade em homenagem a autora, no dia 02 de março de 2023.

Breve biografia

A estreia da escritora na literatura ocorreu em 1961, por meio do romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, que aborda temas como perdão, pecado e relação dos mortais com Deus.

No entanto, é o romance “A República dos Sonhos”, publicado em 1984, que é considerado a sua obra prima.

Em resumo, o livro narra a história de uma família de imigrantes galegos. Inclusive, Nélida Piñon é descendente de galegos e recebeu a nacionalidade espanhola em janeiro deste ano.

Nélida Piñon nasceu em 1937 na cidade do Rio de Janeiro e se formou em jornalismo pela PUC-Rio.

Durante sua carreira literária, Nélida escreveu romances, contos, discursos, crônicas, memórias e ensaios. Sendo que suas obras foram traduzidas para mais de 30 países.

Além disso, ela recebeu mais de 40 condecorações nacionais e internacionais como, por exemplo, o Prêmio Jabuti, que é um dos prêmios mais tradicionais de reconhecimento literário do Brasil.

Além da atuação no meio literário, Piñon também atuou no meio acadêmico. Sendo assim, ela foi professora na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ela também obteve o título de Doutora Honoris Causa em instituições de ensino de vários países.

Inclusive, ela foi a primeira mulher a receber o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, em 1998.

Via Jornal de Brasília

Obras

As obras publicadas por Nélida Piñon foram:

  • 1961: "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo" (romance)

  • 1963: "Madeira Feita Cruz" (romance)

  • 1998: "Tempo das Frutas" (contos)

  • 1969: "Fundador" (romance)

  • 1972: "A Casa da Paixão" (romance)

  • 1973: "Sala de Armas" (contos)

  • 1974 "Tebas do Meu Coração" (romance)

  • 1977: "A Força do Destino" (romance)

  • 1980: "O Calor das Coisas" (contos)

  • 1984: "A República dos Sonhos" (romance)

  • 1987: "A Doce Canção de Caetana" (romance)

  • 1994: "O Pão de Cada Dia" (fragmentos)

  • 1996: "A Roda do Vento" (romance infanto-juvenil)

  • 1999: "Até Amanhã, Outra Vez"

  • 1999: "O Cortejo do Divino e outros Contos Escolhidos"

  • 2002: "O Presumível Coração da América" (discursos)

  • 2004: "Vozes do Deserto" (romance)

  • "O Ritual da Arte", ensaio sobre a criação literária (inédito)

  • 2006: "La Seducción de La Memória"

  • 2008: "Aprendiz de Homero" (ensaios).

  • 2009: "Coração Andarilho" (memórias)

  • 2012: "Livro das Horas"

  • 2016: "Filhos da América"

Prêmios literários

Nélida Piñon recebeu mais de 40 condecorações nacionais e internacionais:

Nacionais

  • Prêmio Walmap, pelo romance Fundador (1970, Rio de Janeiro);

  • Prêmio Mario de Andrade, da APCA, São Paulo, pelo romance A Casa da Paixão, Melhor Livro do Ano (1973);

  • Prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), São Paulo, pelo romance A República dos Sonhos, Melhor Livro do Ano (1985);

  • Prêmio Ficção PEN Clube, pelo romance A República dos Sonhos, Melhor Livro do Ano (1985, Rio de Janeiro);

  • Prêmio José Geraldo Vieira (União Brasileira de Escritores de São Paulo), pelo romance A Doce Canção de Caetana, Melhor Romance do Ano (1987);

  • Prêmio Golfinho de Ouro, pelo Conjunto de Obras, oferecido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e pelo Conselho Estadual de Cultura (1990);

  • Prêmio Bienal Nestlé, Categoria Romance, pelo Conjunto de Obras (1991, São Paulo);

  • Prêmio Adolpho Bloch, concedido pela Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (19 de nov. 1996);

  • Prêmio de Honra ao Mérito do Rotary Club do Rio de Janeiro (1997).

  • Prêmio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, pelo seu livro O Pão de Cada Dia.

  • Prêmio Jabuti - categoria romance - por Vozes do Deserto (2005).

  • Prêmio Jabuti – melhor livro do ano na categoria geral – por Vozes do Deserto (2005)

Internacionais

  • Uma das dez mulheres homenageadas com o Prêmio Simón Bolívar (Miami, Flórida, maio de 1992);

  • Prêmio Simon Dawidowitz, em Miami, como uma das dez mulheres internacionais do ano (1992);

  • Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe (conjunto de obras), Júri integrado por Maria Kodama (Argentina), Raymond L. Williams (Estados Unidos), Abelardo Oquendo (Peru), Jorge Ruffinelli (Uruguai), Julio Ortega (Peru), Amos Segala (Itália), Ciaran Cosgrove (Irlanda), Gérard de Cortanze (França) e Adolfo Castañón (México), determinou, por unanimidade, outorgar pela primeira vez a uma mulher e a um autor de língua portuguesa (México, Guadalajara, Jalisco, 31 de julho 1995);

  • Prêmio Ibero-Americano de Narrativa Jorge Isaacs, de Cali, Colômbia – para conjunto de obra (setembro de 2001). Primeiro autor de língua portuguesa e primeira mulher a receber tal prêmio.

  • Prêmio Rosalía de Castro, para conjunto de obra em língua portuguesa – Galícia, Espanha, concedido pelo PEN Clube da Galícia (maio de 2002);

  • Prêmio Internacional Menéndez Pelayo – entregue em Santander pela Ministra de Educação e Cultura de Espanha (10 de julho de 2003). Primeiro intelectual de língua portuguesa e primeira mulher a receber este prêmio;

  • Prêmio Puterbaugh Fellow, 2004, oferecido pela Universidade de Oklahoma e a revista The World Literature Today (abril de 2004). Primeiro escritor brasileiro a receber esta láurea, concedida anteriormente a Octavio Paz, Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa;

  • Prêmio Príncipe de Astúrias, Letras, indicada por um júri formado por 20 intelectuais espanhóis, presidido pelo Presidente da Real Academia, Don Victor Garcia de La Concha, em Oviedo, Espanha. Entregue pelos Príncipes de Astúrias no dia 21 de outubro de 2005, em Oviedo. A autora chegou às últimas votações do júri ao lado dos escritores norte-americanos Paul Auster e Philip Roth e do israelense Amos Oz. Primeiro escritor de língua portuguesa a receber esta láurea;

  • Prêmio Woman Together, entregue em 3 de abril de 2006 na sede da ONU em Nova York, por sua “implicação na consecução dos Objetivos do Milênio Através do Desenvolvimento da Mulher, a luta contra a pobreza, a educação, a arte e a cultura”;

  • Prêmio Cervantes da Fundação Cervantina de Guanajuato, México (2006);

  • Prêmio Casa de las Americas, Cuba - 2010, pela obra Aprendiz de Homero;

  • VI Prêmio Internacional Terenci Moix de Literatura, Espanha - 2010, na categoria de melhor livro do ano - Corazón Andariego;

  • Prêmio Cátedra Enrique Iglesias, outorgado pelo Banco interamericano de Desenvolvimento – BID, em 2013;

  • Prêmio El Ojo Crítico Iberoamericano, outorgado pela Rádio Nacional de Espanha, em 2015.


Fontes: G1 e Forbes.


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