Rafael Moraes (Fundador)
31 de mar de 20233 min
Autor de Onde Pousam os Urubus, Andre explica que "Uma boa história é sempre uma experiência imersiva".
O escritor Andre L Braga nasceu em Americana, no interior de São Paulo, e reside atualmente na Holanda, ao lado de sua esposa, suas duas filhas e o seu adorável amigo canino Theo.
Suas obras são marcadas por críticas sociais, temas da atualidade, ficção realista, Brasil e seus costumes, utilizando-se de uma linguagem fluída e acessível.
Em 2018, Andre publicou a sua primeira obra ficcional, denominada "Ana Que Vivia No Espelho" – trama psicológico que apresenta a história da personagem Anelise Schreder, publicitária que encontra no espelho a sua pior e mais cruel inimiga.
Desde então, acompanhado de sua imaginação fértil e atento aos acontecimentos do mundo, Andre L Braga já escreveu inúmeras outras histórias, alcançando aos poucos, o seu espaço no mercado editorial.
Além de escritor, Andre L Braga é também cofundador do selo independente Boteco Editorial, voltado exclusivamente para obras de terror, suspense e fantasia sombria.
Dentro desses três últimos gêneros, em parceria com a sua filha mais velha, Andre escreve e assina alguns textos sob o pseudônimo de Lara Märchen.
Mais recentemente, com o romance "Onde Pousam Os Urubus", Andre ficou entre os finalistas da 7ª edição do Prêmio Kindle de Literatura, ao lado de escritores como: Alice Betânia Miranda, Jadna Alana, Walther Moreira Santos e Adriana Vieira Lomar – vencedora desta edição.
Leia na íntegra a entrevista que fizemos com o autor.
Meu interesse pela literatura vem de há muitos anos, sendo que os gibis foram a porta de entrada a esse mágico mundo.
Da Turma da Mônica, na infância, meu gosto foi gradualmente migrando para o terror, através de publicações como Kripta, Terror Macabro e Calafrio.
Mas foi mais tarde, quando cursava a faculdade em Campinas, que descobri o mundo dos sebos e dois autores em especial mudaram minha relação com os livros para sempre.
São eles George Orwell e Franz Kafka. Quando li 1984 e O Processo, tive a certeza que queria escrever algo do gênero, mas meu primeiro trabalho ficcional veio duas décadas depois, em 2018, quando lancei Ana Que Vivia No Espelho.
Uma boa história pede um bom narrador, seja em primeira ou em terceira pessoa. De nada adianta um plot fantástico, se quem conta o que se passa não souber como trazer leitores para dentro da trama.
Uma boa história é sempre uma experiência imersiva. Se não há imersão sensorial, não há conexão.
Isso vai muito além daquela coisa da empatia com algum personagem, que também é importante, mas não há empatia que supere o marasmo de uma história sem cadência e mal contada.
Além de 1984, de George Orwell, e O Processo, de Franz Kafka, citaria V de Vingança, de Allan Moore – é dessa obra que vem a inspiração para muitas das cenas de revoltas populares que incluí em meus livros – e os três primeiros livros da série Millenium, de Stieg Larsson.
Ser um dos finalistas de um prêmio tão concorrido quanto o Kindle de Literatura foi uma grata surpresa e uma espécie de selo de qualidade para a obra.
Em termos práticos, Onde Pousam Os Urubus foi considerado um dos cinco melhores livros publicados na plataforma KDP, dentre milhares de obras inscritas para a 7ª edição do prêmio, e isso é algo que me mostra que minha escrita provocativa, sempre abordando temas relevantes à nossa sociedade, está no caminho certo.
Onde Pousam Os Urubus fala dos invisíveis, da população que a sociedade insiste em não querer ver, em fingir que não existem.
Fala da fome, do descaso, do abandono. Fala da exploração de parcela da população pelos poderosos, e da manipulação dos eleitores em prol de um projeto de manutenção de poder e da situação.
Em meio a temas tão relevantes da atualidade, tem a Carla, uma garotinha neurodivergente e que vive em meio ao lixo, na ilha fluvial de Pouso Alegre. Esse é um resumo do que o leitor encontra no meu mais recente romance.
Agradeço demais ao convite e à oportunidade de falar ao público de Livros Para Sempre e gostaria de dizer aos autores e às autoras independentes que participar de concursos e premiações literárias é essencial para a divulgação de seus trabalhos.
Conectar-se com seu público através das redes sociais é muito importante, mas nada substitui a projeção que tais premiações oferecem aos seus finalistas.
Fontes adicionais: Boteco Editorial, Revista Conexão Literatura e Amazon.