Autor de Onde Pousam os Urubus, Andre explica que "Uma boa história é sempre uma experiência imersiva".
O escritor Andre L Braga nasceu em Americana, no interior de São Paulo, e reside atualmente na Holanda, ao lado de sua esposa, suas duas filhas e o seu adorável amigo canino Theo.
Suas obras são marcadas por críticas sociais, temas da atualidade, ficção realista, Brasil e seus costumes, utilizando-se de uma linguagem fluída e acessível.
Em 2018, Andre publicou a sua primeira obra ficcional, denominada "Ana Que Vivia No Espelho" – trama psicológico que apresenta a história da personagem Anelise Schreder, publicitária que encontra no espelho a sua pior e mais cruel inimiga.
Desde então, acompanhado de sua imaginação fértil e atento aos acontecimentos do mundo, Andre L Braga já escreveu inúmeras outras histórias, alcançando aos poucos, o seu espaço no mercado editorial.
Além de escritor, Andre L Braga é também cofundador do selo independente Boteco Editorial, voltado exclusivamente para obras de terror, suspense e fantasia sombria.
Dentro desses três últimos gêneros, em parceria com a sua filha mais velha, Andre escreve e assina alguns textos sob o pseudônimo de Lara Märchen.
Mais recentemente, com o romance "Onde Pousam Os Urubus", Andre ficou entre os finalistas da 7ª edição do Prêmio Kindle de Literatura, ao lado de escritores como: Alice Betânia Miranda, Jadna Alana, Walther Moreira Santos e Adriana Vieira Lomar – vencedora desta edição.
Leia na íntegra a entrevista que fizemos com o autor.
Entrevista com Andre L Braga
1. Andre, como surgiu o seu interesse pela literatura?
Meu interesse pela literatura vem de há muitos anos, sendo que os gibis foram a porta de entrada a esse mágico mundo.
Da Turma da Mônica, na infância, meu gosto foi gradualmente migrando para o terror, através de publicações como Kripta, Terror Macabro e Calafrio.
Mas foi mais tarde, quando cursava a faculdade em Campinas, que descobri o mundo dos sebos e dois autores em especial mudaram minha relação com os livros para sempre.
São eles George Orwell e Franz Kafka. Quando li 1984 e O Processo, tive a certeza que queria escrever algo do gênero, mas meu primeiro trabalho ficcional veio duas décadas depois, em 2018, quando lancei Ana Que Vivia No Espelho.
2. Pra você, o que não pode faltar numa boa história?
Uma boa história pede um bom narrador, seja em primeira ou em terceira pessoa. De nada adianta um plot fantástico, se quem conta o que se passa não souber como trazer leitores para dentro da trama.
Uma boa história é sempre uma experiência imersiva. Se não há imersão sensorial, não há conexão.
Isso vai muito além daquela coisa da empatia com algum personagem, que também é importante, mas não há empatia que supere o marasmo de uma história sem cadência e mal contada.
3. Quais são os autores e livros que mais te influenciaram?
Além de 1984, de George Orwell, e O Processo, de Franz Kafka, citaria V de Vingança, de Allan Moore – é dessa obra que vem a inspiração para muitas das cenas de revoltas populares que incluí em meus livros – e os três primeiros livros da série Millenium, de Stieg Larsson.
4. "Onde Pousam Os Urubus" foi finalista da 7ª edição do Prêmio Kindle de Literatura. Você poderia falar um pouco sobre o livro e a premiação?
Ser um dos finalistas de um prêmio tão concorrido quanto o Kindle de Literatura foi uma grata surpresa e uma espécie de selo de qualidade para a obra.
Em termos práticos, Onde Pousam Os Urubus foi considerado um dos cinco melhores livros publicados na plataforma KDP, dentre milhares de obras inscritas para a 7ª edição do prêmio, e isso é algo que me mostra que minha escrita provocativa, sempre abordando temas relevantes à nossa sociedade, está no caminho certo.
Onde Pousam Os Urubus fala dos invisíveis, da população que a sociedade insiste em não querer ver, em fingir que não existem.
Fala da fome, do descaso, do abandono. Fala da exploração de parcela da população pelos poderosos, e da manipulação dos eleitores em prol de um projeto de manutenção de poder e da situação.
Em meio a temas tão relevantes da atualidade, tem a Carla, uma garotinha neurodivergente e que vive em meio ao lixo, na ilha fluvial de Pouso Alegre. Esse é um resumo do que o leitor encontra no meu mais recente romance.
5. Considerações finais.
Agradeço demais ao convite e à oportunidade de falar ao público de Livros Para Sempre e gostaria de dizer aos autores e às autoras independentes que participar de concursos e premiações literárias é essencial para a divulgação de seus trabalhos.
Conectar-se com seu público através das redes sociais é muito importante, mas nada substitui a projeção que tais premiações oferecem aos seus finalistas.
Fontes adicionais: Boteco Editorial, Revista Conexão Literatura e Amazon.
Parabéns, Andre Braga. Obrigada, por compartilhar conosco sua jornada e suas conquistas.