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10 erros de português que todo escritor deve evitar!

Ter um texto refinado é muito importante para quem quer viver de escrita. Veja a seguir algumas dicas para evitar alguns errinhos básicos que, muito provavelmente, você já cometeu!

Erros de português são um verdadeiro tormento para os profissionais que atuam como escritores.


Afinal, precisam demonstrar domínio da língua em seu conteúdo.


Por isso, além de escreverem com atenção para evitar que suas obras sejam permeadas por equívocos no idioma, é aconselhável que os escritores procurem a ajuda de revisores.


Eles são fundamentais no processo de escrita.


E para te ajudar a melhorar ainda mais os seus textos, nós elencamos alguns erros que podem estar sendo cometidos em seus textos sem que você nem perceba.


10 principais erros de português que todo escritor deve evitar


Os erros de português, além de passarem uma imagem ruim aos leitores, também podem atrapalhar na capacidade comunicativa do texto.


É essencial que o leitor entenda e compreenda o que você quer dizer, do contrário, como você poderá contribuir de forma positiva na vida de alguém se não consegue ser entendido?


Além disso, se o leitor não estiver entendendo nada do que você está escrevendo, é muito provável que ele abandone sua história.


E esse não é o objetivo, certo?


Então vamos a lista com os erros de português que todo escritor deve evitar!


1. Erros de concordância


Os erros de concordância são frequentes quando a oração é composta de termos que causam algum desvio.


Talvez esse seja um dos principais erros de português cometidos por escritores iniciantes.


Existem dois tipos de relações que podem ser feitas para evitar tais erros, sendo:

  • Concordância verbal;

  • Concordância nominal.

Para evitar erros de concordância verbal é necessário harmonizar o sujeito e o verbo, combinando pessoa e número.


Um exemplo que habitualmente causa equívoco é o verbo haver que não vai para o plural.


Portanto, o correto é “havia muitas pessoas na sala” e não “haviam muitas pessoas na sala”.


Isso porque o verbo haver é impessoal, ou seja, não tem sujeito.


O que acontece às vezes é que, movidos pelo uso da palavra no cotidiano, acabamos fazendo adaptações achando ser o correto.


Mas não se engane, o certo é manter a palavra no singular.


Exemplo:

Havia cem leitores na fila de autógrafos (e não: haviam cem leitores na fila de autógrafos);


Haverá publicações contínuas (e não: haverão publicações contínuas).


Segundo a norma culta, é preferível deixar o verbo haver imobilizado na terceira pessoa do singular.


A concordância nominal também causa dúvidas.


O objetivo é sempre compor o adjetivo de forma equivalente em gênero e número, por exemplo “o aluno é estudioso” e não "o aluno são estudiosas", mas essa você já dever saber. :)


2. Uso da crase


Outro erro muito comum na rotina de escritores é quanto ao uso da crase.


A dica para não errar é usar a crase quando precede substantivos femininos.


Um exemplo simples: “o jogador falou à nação”.


A crase nunca deve ser utilizada antes de verbos.


Por ser um tema que gera muita dificuldade no idioma, é comum até mesmo que os conhecimentos sobre crase sejam exigidos em concursos públicos.


Quando não usar crase!


Quando antecede substantivos masculinos. Por exemplo:

  • Gosto de andar a pé;

  • Será estipulado um tipo de pagamento a prazo;

  • Este passeio será feito a cavalo.

Quando antecede verbos. Por exemplo:

  • Não sei se ela chegou a comentar sobre o livro;

  • O músico está começando a preparar o ensaio;

  • Meu escritor preferido está aprendendo a dirigir.

Antes de alguns pronomes também não se usa crase. Mas atenção! Não são todos os pronomes! Exemplos:

  • Desejamos a todos um feliz natal;

  • Dei todo o meu dinheiro a ele.

Pronomes em que ocorre crase. Exemplos:

  • Não entregamos o produto à mesma cliente;

  • Eu entreguei o exame à própria médica do hospital.

Perceba que, antes de mesma e própria deve-se fazer o uso de crase.


Não se usa crase em termos com palavras repetidas!


Exemplo:

  • Temos que praticar o português no dia a dia;

  • Pouco a pouco, venceremos.


Também não se usa crase quando existe preposição antes de uma palavra feminina! Exemplo:

  • Esta reunião se refere a pessoas que estão comprometidas com o sucesso da empresa.

Não se usa crase antes de numerais! Exemplo:

  • O número de leitores chegou a cento e quarenta;

  • A Biblioteca Nacional fica a mil e quinhentos quilômetros de distância.

Atenção! Antes de horas deve-se usar crase! Entretanto, quando existe as preposições para, desde, após e entre não se faz necessário o uso. Exemplo:

  • Estou esperando o Uber desde as cinco horas;

  • Marcaram o jantar para as nove horas da noite.

Entendeu?!


Quando é preciso usar crase!


  • Antes de palavras femininas como: aula, irmã, falta, cena etc.

  • Em locuções conjuntivas, prepositivas e expressões adverbiais como: à toa, à noite, à deriva, à direita, à vista, à custa de, à media que etc;

  • Em expressões de modo ou circunstância como: ele pôs à venda o caminhão, estudei à distância entre outros.

3. Uso da vírgula


A vírgula muda completamente o sentido de uma frase.


No entanto, seu uso acaba desencadeando uma série de dúvidas!


Muitas pessoas usam, por exemplo, vírgula antes da expressão “etc.” sendo um equívoco comum por não compreender que a expressão significa “e algo mais”.


Portanto, antes de “etc” não é necessário colocar vírgula.


Sendo necessário apenas fazer o uso nas seguintes situações:

  • Antes de orações adversativas. Como por exemplo: mas, contudo, todavia, porém, no entanto, entretanto etc ;

  • Depois de vocativos. Ex: Pedro, vai buscar seu irmão!

  • No encadeamento de ideias. Isto é, na exposição dos fatos, usando a vírgula para separar os pensamentos. Ex: Tijolo, argamassa, cimento, prego e areia, compõe a lista de Emanuel;

  • Quando deseja dar ênfase para ideias.

Ter convicção sobre o posicionamento de cada vírgula é importantíssimo.


Principalmente porque contribui muito para a organização das ideias do texto.


Veja um exemplo prático:

  • Roubar livros não é errado.

A falta de vírgula nessa frase leva o leitor a acreditar que roubar livros é algo certo a se feito.


Quando colocamos a vírgula, o sentido muda completamente. Veja:

  • Roubar livros não, é errado.

Viu como a vírgula pode mudar tudo?


4. Hífen


O hífen é um símbolo usado para evidenciar prefixos, juntar pronomes oblíquos, unir palavras e outras funcionalidades.


Geralmente causa dúvidas, mas deve ser usado para separar substantivos compostos e para unir palavras com advérbios.


Alguns exemplos:

  • Palavras que diferenciam espécies botânicas e zoológicas: erva-doce, mico-leão-dourado, bem-te-vi etc;

  • Palavras compostas que se iniciam pelos advérbios "mal" ou "bem", cujo a palavra posterior a elas comecem com vogais ou com a letra "h": bem-humorado, mal-afortunado, mal-estar etc.

5. Este e esse


Os pronomes demonstrativos causam dúvidas na escrita, mas o aprendizado é prático!


Quando a referência é feita ao momento presente ou um passado não muito distante, deve-se usar “este”.


Já quando a ideia é voltar ao passado, ou um tempo muito distante da pessoa que fala, o correto é usar "esse".


Exemplos:

  • Esta noite vamos ao cinema;

  • Esse ano foi difícil.

Perceba que, em, Esta noite vamos ao cinema a pessoa que fala está falando de um futuro muito próximo, que vai acontecer no mesmo dia.


Enquanto no segundo exemplo, a pessoa que fala está referindo-se ao passado.


Algo que já aconteceu. Embora não seja tão distante assim.


Exemplos de contextos:

  • Se a referência for algo que ainda não foi citado, o correto é usar o pronome "este". Ex: Estes são os artigos do blog.

  • Entretanto, se a referência for algo que já foi dito, usa-se "esse". Ex: Lembra dos artigos do blog? Então, são esses.

6. Mais e mas


Esse é um dos maiores erros de português de todos!


Com certeza, em algum momento da vida você já cometeu esse erro, mesmo sabendo como usar as palavras.


Isso acontece porque às vezes estamos tão envolvidos com a criação da história que não percebemos quando erramos.


O "Mais" é usado para adicionar informações ou indicar intensidade, enquanto o "mas" é uma conjunção que pode ser substituída por: contudo, entretanto e porém.


Na dúvida, faça a substituição mentalmente antes de escrever (por contudo, entretanto ou porém), se não cabe substituição pelos termos citados talvez a frase esteja incorreta, e deve-se usar "mais".


Exemplos:

  • Mais um livro, por favor.

Perceba que, nesse caso, a pessoa que fala está pedindo mais um livro. É uma adição.


Outro exemplo:

  • Ela pediu outro livro. Mas o preço estava muito caro.

Viu como o uso foi diferente?


Aqui o "mas" entrou como uma oposição ao que foi dito.


Poderia ser facilmente trocado por: entretanto, porém etc.


7. Onde e aonde


Esse também é um dos erros de português muito frequentes, pois "onde" e "aonde" são palavras de uso muito parecidas.


Porém, existe diferença entre elas.


"Aonde" está mais associada a movimento.


Exemplos:

  • Aonde você acha que vai correndo desse jeito?

  • Te disseram aonde foi o Inácio?

  • Estou indo aonde disseram que tem livros baratos.

Note que, todos esses exemplos estão relacionados com algum tipo de movimentação.


Ao contrário de "onde", que não tem essa exigência. Veja:

  • Onde você mora?

  • O livros estão onde você guardou.

Agora ficou mais fácil entender, não é?


8. Há e a


"Há" é uma conjugação do verbo haver, e está mais relacionada ao sentido de existir, ter ou fazer.


Na dúvida, troque o por uma das palavras citadas e veja se faz sentido na oração.


Se ficar coerente, o uso do está correto.


Exemplos:

  • A editora disse que muita probabilidade de você se tornar um best-seller.

Neste exemplo, se você trocar o por existe, o sentido se mantém. Então o , nesse caso, está correto.


Já no caso de "a", o seu uso se dá de forma muito mais versátil, podendo estar presente em várias ocasiões.


O "a" pode ser visto como artigo, preposição ou locução adverbial.


Exemplos:

  • Estivemos em consulta com a médica (Artigo);

  • Eu disse a ele que não iria (Preposição);

  • Daqui a pouco vamos embora (Locução adverbial).

"Há pouco tempo" ou "A pouco tempo?" Qual frase está correta?


Se você disse que o certo é Há pouco tempo, acertou.


Sempre que a frase estiver relacionada ao tempo passado deve-se usar o .


Exemplo:

  • Há muito tempo;

  • Há várias horas;

  • Há muitos dias etc.

9. Ponto de exclamação (!)


Deve ser usado para representar surpresa ou para enfatizar uma frase.


É preciso tomar cuidado para não usar de forma demasiada, porque o exagero pode gerar estranheza no leitor.


Sempre faça sua utilização de forma estratégica, pensando em pontos específicos para ser usado.


10. Ponto e vírgula (;)


Outra dúvida comum na escrita é quando usar o sinal de ponto e vírgula.


A sinalização tem função de separar orações dentro da mesma frase, enumerar tópicos e evitar a repetição de verbos.


Assim como, serve também para fazer explicações curtas sobre algo.


Exemplo:

  • Elayne estava chorando; não tanto quanto a sua irmã.

Em casos de explicações mais aprofundadas, deve-se usar dois pontos (:).


Exemplo:

  • Josefina gostava tanto de ler que passou a devorar os livros: uma atitude que não passou despercebida pelos moradores de Chatolândia, que, invariavelmente, julgava-a sem conhecê-la.

Portanto, fique de olho na regra para evitar equívocos em seu uso.


Dica bônus!

O uso dos porquês!


Existem quatro tipos de porquês, e saber qual o certo a usar é sempre uma missão complicada.


Mas não se preocupe, vamos te explicar da forma mais fácil possível!


Por que


Esse tipo é usado para fazer perguntas. Ex: Por que você não terminou de escrever seu livro?


Porque


Já neste caso, deve-se usar quando for respostas. Ex: Por que você não terminou de escrever seu livro? Porque estou sem tempo.


Por quê


Aqui, o uso se dá em perguntas no fim das frases. Ex: Você não gosta de ler, por quê?


Porquê


Esse modelo tem valor de substantivo e indica razão ou motivo. Ex: Gostaria de saber o porquê desse livro custar tão caro.


Conclusão


Apesar de a linguagem escrita ser cheia de regras e questões complexas demais para entendermos ao todo, é preciso destacar que o domínio dessas regras são fundamentais para o escritor que pretende ser publicado por uma grande editora.


Além disso, todos os grandes prêmios da literatura analisam o domínio da língua por parte do autor, desclassificando, muitas vezes, textos que possuem muitos erros de português.


E o público não foge à regra.


Ou você vai me dizer que nunca leu um livro e encontrou um errinho ou outro que fez você se questionar sobre a qualidade da obra?


Quanto mais você praticar, mais vai aprender sobre a língua escrita!


É aconselhável também que você leia com mais atenção os livros, dedicando-se aos detalhes da escrita do texto.


Isso com certeza vai te ajudar muito.


Outro fator muito importante é buscar a ajuda de um revisor antes de enviar seus textos para alguma editora ou prêmio.


Os revisores são extremamente importantes no processo de escrita.


E nenhum autor que se preze deve dispensá-los.


Aproveite nossas dicas para escrever melhor!


A partir de agora, você não vai mais cometer tantos erros de português, certo? ;)


Até a próxima!

 

Fontes: Norma Culta, Educa Mais Brasil, PUC, Brasil Escola, Guia do Estudante e Toda Matéria