Rafael Moraes (Fundador)

20 de ago de 20235 min

A canção que está dentro de você pode conduzir a sua vida e os seus textos

Atualizado: 10 de out de 2023

Hoje você não verá um texto falando sobre uma nova oportunidade para autores. O que você vai ver hoje é um texto falando sobre a importância da sua canção (aquela que está dentro de você).

Há dez anos, eu tinha o desejo de ser um cantor famoso. "O quê?" você deve estar se perguntando. E a resposta é sim, eu realmente desejava ser um cantor famoso.

Eu escrevi centenas de músicas durante a minha adolescência, gravei um disco por conta própria, fiz vários vídeos para o YouTube e criei umas duas ou três bandas de rock (não me lembro exatamente quantas, mas foram algumas).

Me apresentei em alguns bares, escolas, eventos governamentais, almoços na casa de parentes, fiz meus "shows" em terminais rodoviários, ruas, praças, calçadas e até toquei na rádio uma vez (minha mãe chorou inclusive) e meu pai foi comigo até o estúdio. Foi um dia legal.

Se há dez anos você me perguntasse o que eu gostaria de ser quando tivesse 26, eu não sei exatamente o que eu diria, mas certamente a primeira coisa que eu iria pensar era na música.

Tudo isso porque a música tem um poder imenso dentro de mim. Não sei se você entende bem o que estou dizendo, mas é algo que faz muita diferença na minha vida.

Pra mim, um dia sem música, é um dia triste.

No entanto, mesmo com tanta musicalidade em meus "poros", devo dizer que ela não é tudo. O meu "eu" não se completa com uma coisa só. E aos 26 eu já entendi isso.

A minha felicidade depende de três elementos, e a música é um deles.

Se você me acompanha há algum tempo sabe muito bem do que estou falando. Se não, você pode ficar sabendo lendo esse texto aqui.

O mais legal de tudo é que, mesmo não tendo realizado esse sonho adolescente, eu ainda sei que posso realizá-lo. É louco isso. Mas é verdade.

Claro que eu teria que me dedicar de verdade, estudar verdadeiramente técnicas vocais, ensaiar diariamente, melhorar minha performance em palco etc, etc e etc.

Mas é possível.

Não agora, porque as minhas outras duas partes estão mais latentes neste momento da vida e estou adorando isso.

Não deixei de tocar ou cantar, mas tomei uma decisão em relação às minhas outras partes e estou muito satisfeito com ela.

Mas daqui alguns anos... Bem, vai ser a vez da música. Metódico? Não. Decidido e focado? Sim. Uma coisa de cada vez.

Ou, se no meio do caminho eu tiver alguma boa ideia de juntar os três elementos-chave da minha vida... Isso sim seria bem legal.

Imagina: música, literatura e negócios dentro de um pacote só, todos conectados de alguma forma... Ah, isso seria incrível.

Mas por enquanto, vou seguindo o plano, colocando diariamente 100% da minha energia na LPS, que é um negócio que eu amo loucamente.

Mas chega de preliminares, de amassos e de carícias (embora isso seja bom em alguns momentos) e vamos ao principal recado desse texto.

Qual é a canção que está dentro de você?

Estou perguntando isso porque, há algumas semanas, eu percebi que nas coisas que a gente faz, tem muito do que a gente é.

E às vezes, quem a gente é por dentro muda, alterando tudo o que está por fora. E de repente, algo que você era e gostava de ser, já não é mais.

Por exemplo, até abril ou maio deste ano (2023) eu concluí dois romances. Foram duas obras que, sinceramente, eu escrevi com muito afinco e paixão.

Devo ter demorado uns três ou quatro meses para escrever os dois (ou algo próximo disso).

Terminei de escrever, deixei os textos esfriarem, li, reli, revisei e fiz tudo o que tinha para fazer (ou quase tudo).

No entanto, alguns meses depois, eu fiquei indeciso em relação à temática das histórias. Por quê? Porque a minha canção interna mudou. E meu mundo exterior mudou também.

Os dois livros ao qual estou me referindo falam sobre relações familiares. Basicamente falam sobre famílias que, sem querer, prejudicam seus membros.

São dois livros que falam sobre pais ou parentes próximos que querem muito ajudar seus entes queridos, mas que no final das contas acabam prejudicando e fragilizando a relação.

São histórias que eu procurei enfatizar o poder que tem se distanciar um pouco do berço para poder se conhecer como pessoa.

De modo geral, são histórias que apresentam o lado ruim da família, quebrando a ideia de que família é a base de tudo e que as pessoas devem ser submissas àqueles que vieram antes, pelo simples fato de serem membros de uma mesma família.

Eu ainda acho que esse tema é muito importante e que essas duas obras de ficção podem, de alguma maneira, ajudar outras pessoas.

No entanto, atualmente, eu não estou mais me interessando pelo lado negativo das coisas. Minha atenção hoje em dia está exclusivamente voltada para o lado bom da vida.

Por essa razão, não estou mais interessado em publicar essas duas obras.

Pode ser que eu venha a publicá-las algum dia? Pode. Mas, sinceramente, no momento não estou mais tão interessado quanto antes.

E esse foi um aprendizado muito importante pra mim: o que tem dentro da gente, em algum nível, cria o que acontece do lado de fora.

A canção interior move os nossos dedos na hora da escrita

Durante toda a minha vida, sempre que alguém perguntava se algum texto meu tinha "alguma experiência minha", eu sempre dizia que não.

"Não. De forma alguma. Só estou falando disso porque acho interessante mesmo."

Eu não sei como as coisas acontecem com você. Mas hoje, olhando em retrocesso, eu vejo que tudo o que eu criei, de alguma forma, era o resultado do que estava dentro de mim.

Quando eu escrevi "Um Breve Instante", por exemplo, eu tinha uma forma de pensar e ver as coisas.

Quando escrevi "O Jardineiro", eu era outra pessoa. E quando escrevi "Ramiro Januário" eu era muito diferente.

Com isso, eu quero dizer que o mundo exterior de uma pessoa tem muito do que há por dentro.

É claro que isso não é uma verdade absoluta, cada caso é um caso. Mas, de uma maneira geral, a realidade que a gente cria tem muito da canção que toca dentro do peito.

Por isso a analogia com a música.

Já reparou que a música tem o poder de mudar os sentimentos de uma pessoa? Se começa tocar uma música que você não gosta, você se sente mal.

Agora, se tocam uma música que você gosta, você se sente bem.

Qual é a canção que está tocando dentro de você agora? É a canção do amor, da paixão, da dor, do desespero?

Quais são as notas?

É bem provável que tudo o que está ao seu redor seja uma espécie de dança do que está tocando por dentro.

A canção interna muda tudo.

Bem, se deixar eu ficaria aqui escrevendo esse texto facilmente pelos próximos sessenta minutos, porque tenho muito para falar sobre canção interna e literatura.

Mas já está tarde, e como sou um senhor de 26 anos (que atualmente dorme cedo), preciso renovar minhas energias.

Espero sinceramente que esse texto tenha te ajudado de alguma maneira e desejo que a sua semana seja cheia de prosperidade e alegria.

Um abraço, boa escrita e até qualquer hora!